João 15:1-10
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor." Nessa passagem do evangelho, encontramos uma ilustração apresentada por Jesus aos seus discípulos na qual ensina sobre a necessidade de frutificação dos seus seguidores. Você sabe quais são os frutos do cristão? Sua vida tem reproduzido o caráter de Jesus? O texto de João 15 nos ajuda a compreender melhor o assunto. JESUS – A VIDEIRA VERDADEIRA “Eu sou a videira verdadeira” A figueira era símbolo de Israel que foi plantada por Deus, mas não produziu bons frutos (Salmo 80:8-16). Cristo compara-se à videira verdadeira pois é o único capaz de nos dar vida espiritual. DEUS - (AGRICULTOR/LAVRADOR) “e meu Pai é o lavrador” Deus é o que planta a videira que é Jesus. RAMOS – (DISCÍPULOS/CRISTÃOS) Jesus levou ao conhecimento dos discípulos que eles eram os ramos da videira, os quais sozinhos não teriam vida própria. Através da seiva emanada da raiz os ramos seriam nutridos para a produção de folhas, flores e frutos. Somente temos vida quando ligados a Cristo pela fé, na crença de que Ele foi enviado por Deus para ser morto em lugar dos pecadores tendo ressuscitado ao terceiro dia. Fora de Cristo andamos como mortos, sem vida espiritual e separados do Pai. Sem Ele não temos capacidade de frutificar: " sem mim nada podeis fazer". “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele" (João 3:36). RAMOS FRUTÍFEROS E INFRUTÍFEROS Assim como os ramos da videira devem produzir frutos, Deus (lavrador) espera frutos daqueles que estão ligados em Cristo. Depreende-se do texto dois tipos de ramos(varas) que podem ser frutíferos ou infrutíferos: FRUTÍFEROS: “limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” São os ramos que dão frutos e por isso são limpos por Deus a fim de que deem mais frutos. Para tanto, o lavrador limpa os ramos, isto é, cuida da vinha, lança fora as pragas, as impurezas e as partes que impedem o fluir da seiva e os prepara para frutificar ainda mais. Os cristãos frutíferos são limpos pelo Pai, o que envolve disciplina e correção, procedimentos necessários para a frutificação. “E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” (Hebreus 12:11). INFRUTÍFEROS: “Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira” (João 15:2) Cristo alerta que os ramos ligados à videira podem tornar-se infrutíferos e, continuando assim, acabarão cortados e lançados fora pelo Pai. A mesma referência é empregada em Mateus 7:19-21: “Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” O texto de João 15:2 refere-se aos ramos que estão unidos à videira e serão cortados por falta de frutos. A mensagem foi comunicada aos discípulos e aplica-se aos cristãos que foram ligados a Cristo pela fé. O alerta não se reporta aos que estão de fora, nem aos falsos cristãos pois estes sequer possuem uma ligação com o Senhor e, estando na condição de mortos, não teriam como estar unidos à videira para, então, serem cortados. Isto porque fomos escolhidos do mundo para que, por meio dEle, pudéssemos frutificar mas esta ação envolve a atividade cooperativa do homem: “De sorte que, meus amados, assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” (Filipenses 2:12). “Acompanha com muito cuidado Zenas, doutor da lei, e Apolo, para que nada lhes falte. E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos” (Tito 3:13-14). A alegoria da videira nos traz a compreensão de que os ramos não permanecentes em Cristo, que deixam de corresponder à operação do Espírito Santo iniciada pela obra de Deus no seu coração, acabarão lançados no fogo eterno. Nas Escrituras encontramos advertências aos cristãos para que vigiem, perseverem e não se apartem do Senhor, caindo em apostasia. Os avisos foram registrados pela possibilidade real do cristão desviar-se e abandonar a fé. “E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem; pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado” (Romanos 11:17-22). COMO PERMANECER EM CRISTO? Vemos que não basta estarmos por um momento ligados a Cristo, é preciso permanecer nEle. O conceito de permanência guarda relação com a demonstração de dependência, obediência e compromisso com o Senhor, exercidos não ocasionalmente e sim de forma continuada e até o fim. “Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” “Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. Quando guardamos os mandamentos provamos nosso amor a Cristo e o Senhor permanece em nós. Jesus é o verbo que se fez carne (João 1:14). É a própria palavra de Deus. Quando retemos e aplicamos Sua palavra permanecemos no seu amor e Ele permanece em nós e, somente assim, podemos produzir frutos em abundância. Estando em Cristo somos frutíferos e temos a segurança eterna. QUAIS SÃO OS FRUTOS DOS CRISTÃOS? Frutificar é emanar a natureza de Cristo em nós, refletir sua fala, modos de agir e reagir, vivendo a expressão do seu amor, justiça e a fé em Deus. Produzir frutos é reproduzir o caráter de Cristo. Os frutos que geramos não são instantâneos, mas levam tempo à medida em que a obra iniciada pelo Senhor for se desenvolvendo através da operação gradativa do Espírito Santo em nós. Neste processo, é preciso morrer para o mundo e viver para Deus, deixando o velho homem para assumir a nova vida que há em Cristo. “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” (João 12.24). Somos escolhidos para propagar as boas novas do evangelho e manifestar Jesus ao mundo através do nosso testemunho de vida. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte. Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim, a vida eterna” (Romanos 6:20-22). Podemos entender como frutos um conjunto de valores e ações inerentes à vida cristã, que englobam: a renúncia ao pecado e a condenação das obras infrutuosas da carne; a submissão a Deus e obediência à sua Palavra, além da manifestação do fruto do Espírito Santo entre os homens (o amor, a fé, a alegria, a bondade, a longanimidade, fidelidade, a mansidão, o domínio próprio, aprovando sempre o que é agradável ao Senhor). “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as” (Efésios 5:11). “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus. Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte” (Romanos 7:4,5). “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos uns aos outros.” (I João 3:14). “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gálatas 5:22,23). “Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade); Aprovando o que é agradável ao Senhor” (Efésios 5:9,10). OS FRUTOS SÃO APENAS PARA DEUS Entenda que o fruto não é para o ramo e sim para Deus. Frutificar não é receber, mas dar e produzir para Deus em favor de outras pessoas. “Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” (Romanos 7:4). “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” PELOS FRUTOS OS CONHECEREIS "Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.” (Mateus 7:15-20). No Texto Sagrado encontramos também a advertência contra os falsos profetas e irmãos que seriam identificados pelos seus frutos mesmo que se autodenominassem enviados ou filhos de Deus. A FIM DE QUE TUDO QUANTO EM MEU NOME PEDIRDES AO PAI ELE VO-LO CONCEDA “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (João 15:16). Nessa passagem Jesus nos dá uma promessa maravilhosa! Quando permanecemos nEle, somos frutíferos e, sendo assim, tudo o que pedirmos em Seu nome a Deus, Ele nos concederá. O ramo frutífero é limpo pelo Pai a fim de que dê mais frutos sendo também recompensado com bênçãos e orações respondidas. “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam” (1 Coríntios 2:9). VADES E DEIS FRUTO O lavrador plantou na vinha para colher frutos. O Senhor não nos chamou para estagnação e sim para refletirmos o Seu caráter e realizarmos as Suas obras durante a nossa peregrinação terrena. Quais frutos você tem produzido? Somos advertidos a avaliar a qualidade dos frutos gerados em nós para perceber qual tipo de árvore temos sido. Examine-se a si mesmo e perceba se em sua rotina você tem gerados os frutos esperados pelo Senhor. “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados” (2 Co 13:5). Os verdadeiros frutos que anunciam a salvação revelam em nós a essência do caráter de Cristo e a disposição contínua de cumprir a vontade do Pai. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. (Mateus 7:21) Corramos a carreira que nos é proposta com o ânimo e fé perseverantes, permitindo o mover do Espírito Santo na purificação do coração e renovação da nossa mente em conformidade à Palavra de Deus, a fim de que frutifiquemos para o Senhor a cada dia que nos for acrescentado à nova vida com Cristo. Do contrário, seremos como ramos infrutíferos, que assim como os que estão de fora, acabarão sendo rejeitados no dia do juízo. “Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.” (Mateus 12:33). Uma figueira cheia de folhas pode ser bela, mas não cumpre o seu propósito. Uma expressão de fé que se contenta apenas em crer em Deus esquecida de que Ele deve orientar toda as ações do crente significa mera religiosidade fútil e vã que para nada serve. Mas essa não é a vontade de Deus. O Senhor convida a todos quantos creem a serem enxertados na videira para a missão de produzir frutos em abundância, refletindo em suas vidas o amor e o exemplo de Cristo, como sal da terra e luz do mundo! E, mesmo que você tenha deixado de gerar frutos e esteja como uma árvore seca, saiba que o Senhor deseja torná-la vistosa e frutífera novamente, conforme vemos em Ezequiel 17:24 (NTLH): “Todas as árvores dos campos ficarão sabendo que eu sou o Senhor. Eu derrubo as árvores altas e faço as árvores pequenas crescerem. Eu seco as árvores verdes e faço com que as árvores secas fiquem verdes de novo — Eu, o Senhor, falei; eu cumprirei o que prometi.”
Deus o(a) abençoe!
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