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Feridas Emocionais e a Fábula do Porco Espinho




FÁBULA DO PORCO ESPINHO


Durante um período de intenso frio, quando o Globo terrestre esteve coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram à baixa temperatura e morreram indefesos por não se adaptarem as condições do clima hostil. Foi, então, que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. 

Porém, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte. E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus semelhantes. Doíam muito...

Mas essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados. Os que não morreram, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos. Assim, aprendendo a amar, resistiram a longa era glacial. Sobreviveram.

Texto inspirado no conto do escritor russo Leon Tolstoy.


FERIDAS EMOCIONAIS

Comumente, as feridas de ordem emocional afetam os relacionamentos, sobretudo, entre amigos e familiares. Geralmente, elas vêm das pessoas mais próximas de nós e deixam marcas dolorosas no coração, trazendo reflexos negativos sobre a alma e o corpo. Assim como os porco-espinhos precisaram se unir para não morrer congelados, não podemos ser completos vivendo em solidão.  Os laços relacionais são vitais para a nossa felicidade, mas podem, ocasionalmente, nos trazer feridas que precisam ser tratadas.

As decepções geram separações, quebras de vínculos e isolam os indivíduos cada vez mais do convívio social para evitar maior sofrimento.


No entanto, Deus nos fez seres sociais que não se completam sozinhos e precisam de comunhão harmônica para uma vida plena. O isolamento não é a solução de Deus para curar as feridas emocionais.


O caminho bíblico está em Efésios 4:32:


“Sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”

Quem sofre emocionalmente deve se lembrar de que, certamente, já feriu alguém no passado ou cometeu erros que o levaram a clamar pelo perdão do ofendido e de Deus para seguir em frente. Assim devemos fazer com aqueles que nos machucam na compreensão bíblica de que se perdoarmos, seremos perdoados por Deus: “Perdoai, e vos será perdoado” (Lucas 6:37).


As feridas mais profundas e dolorosas recaíram sobre Cristo. A Bíblia diz:


"Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías 53:5).

Jesus recebeu açoites, foi espancado, coroado de espinhos e crucificado. Sofreu a pena pelos nossos pecados para que pudéssemos receber o dom maravilhoso de Deus da vida eterna e amar como Ele amou.  


Enquanto sofria na cruz, Jesus amou e orou por seus inimigos dizendo:

Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo” (Lucas 23:34).


O remédio para qualquer dor emocional está no amor. Trata-se de um mandamento e deve ser exercido, mesmo nos momentos mais difíceis de injustiça e dor.

"Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados" (1 Pedro 4:8).

Quando nos isolamos, mais sozinhos e doentes nos sentimos, pois não há cura para as emoções sem desfrutarmos de relacionamentos íntimos. 

Portanto, tome a decisão de amar, invista no perdão e reconcilie-se depressa com aqueles que já estão distantes pelas feridas ocorridas no passado.  


Deus deseja que andemos em harmonia e paz uns com os outros (Hebreus 12:14). Ele nos chama a sair do isolamento, restaurar os laços e a comunhão com aqueles que mais amamos, e então, desfrutaremos da vida plena e abundante preparada para nós.

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