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O Silêncio e a Demora de Deus



Texto – Base: João 11


Jesus estava em Jerusalém e seu amigo Lázaro, a quem o Senhor amava, estava enfermo em Betânia. Maria manda avisar a Jesus sobre o estado de saúde de Lázaro. O versículo 6 nos diz que, ao receber a notícia, o Senhor permaneceu, ainda, dois dias no lugar onde estava.

Quantas vezes, diante dos acontecimentos da vida, a resposta de Deus parece tardar. Não são poucos os momentos em que elevamos a Deus nossas orações, nossos pedidos, e Ele fica em silêncio.

Mas, quais são as razões do silêncio e da demora de Deus?

Em primeiro lugar, Deus não se deixa influenciar pelo nosso senso de urgência. Maria, certamente, pensou que, ao receber a notícia da enfermidade de Lázaro, Jesus viria correndo ao encontro dele e o curaria. De igual modo, desejamos que Deus nos atenda com urgência. Oramos e, ao abrir olhos, esperamos que aquilo que pedimos se concretize. Alguns, se pudessem, retirariam da Bíblia o Salmo 40, que diz: “Esperei com paciência pelo Senhor”(Salmos 40:1).

O nosso tempo não é o tempo de Deus.  Nossa categoria de tempo é Cronus, é o tempo dividido em hora, minuto, segundo; dia, mês e ano. O tempo divino é Kairós, é o tempo da plenitude. O passado, o presente e o futuro, para Deus são um eterno hoje, por isso o Apóstolo Pedro nos ensinou, em 2ª Pedro 3: 8 e 9: Mas , amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia.”

Em segundo lugar, Deus fica em silêncio e tarda sua resposta, por causa da incredulidade. Maria, diante de Jesus, afirmou; “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (João 11:32). Em outras palavras, Maria afirmou que tudo estava perdido e que não havia solução, diante Daquele que tem todas as saídas e soluções da vida. Jesus, então, a repreendeu: "Maria, eu não te disse que se creres verás a glória de Deus?”

Queridos, quantas coisas o Senhor já nos disse, quantas pregações já ouvimos, quantas maravilhas Deus já operou, e nós continuamos incrédulos. Costumamos encerrar nossas orações com as palavras de Jesus: “Pai que seja feita a tua vontade”, não porque estejamos imbuídos da humildade e da simplicidade de Cristo, e sim, porque não cremos que Deus possa realizar aquilo que estamos pedindo, e desse modo, temos uma desculpa, um paliativo: “Olha não foi da vontade de Deus”.

Há um versículo, neste texto, que fala muito ao meu coração, é aquele que diz: “Jesus chorou”. Meus irmãos, um Deus que não chora diante da morte, não pode ser Deus. A morte é a maior contradição da vida humana, pois ela aponta para nossa finitude, a nossa impermanência, a falibilidade de nossos projetos. A verdade é que nós não queremos apenas viver muito, nós queremos viver para sempre; amamos o infinito; sonhamos como se a existência não encontrasse um limite. Contudo, perecemos inevitavelmente. E Jesus se comove, se emociona diante do sofrimento humano, porque um dia Ele se fez homem semelhante a nós, provou nossas alegrias, dores e fraquezas, desceu à experiência humana mais profunda, a morte, para nos mostrar que mesmo na morte não estamos sós, Ele está conosco.

Em terceiro lugar, o versículo 39 nos mostra que Jesus mandou remover a pedra que tapava o túmulo. O Senhor, Deus do Universo, poderia com uma única palavra remover aquele obstáculo, mas Ele mandou que os homens o removessem.

Muitas vezes, a razão da demora e do silêncio de Deus, está no fato de existir, em nossa vida, algo que deve ser removido. Pode ser um pecado, uma falta de perdão, atitudes erradas, um temperamento difícil que fere outras pessoas, uma indiferença em relação às coisas de Deus. É preciso remover a pedra, e Deus não fará aquilo que nos compete fazer.

Em quarto lugar, Maria esperava que o Senhor curasse seu irmão, todavia, Jesus fez muito mais do que isso, Ele o ressuscitou. Queridos, às vezes, Deus fica em silêncio para nos preparar para algo muito maior do aquilo que estamos pedindo.

Talvez você esteja pedindo algo a Deus há muito tempo, apresentando a Ele uma situação e Deus está em silêncio, os céus parecem fechados, a resposta está demorando a chegar. Mas não se desespere, assim como o oleiro trabalha o barro em silêncio, moldando o vaso. Deus trabalha em nossa vida, Ele vai moldando, aparando as arestas. E sabe de uma coisa, para dar forma ao vaso, é preciso fazer pressão, e, às vezes, a pressão é tão forte, que o vaso se desfaz. São aquelas horas em que tudo parece perdido, em que não conseguimos conciliar o sono, em que uma lágrima de desespero rola silenciosa pela face. Mas, não se preocupe, se o seu vaso se desfez, Deus não o lança fora, Ele pega o vaso quebrado e o reconstrói. Há um hino que diz assim:

DEUS NÃO REJEITA ORAÇÃO

Deus não rejeita oração, oração é alimento Nunca vi um justo sem resposta, ou ficar no sofrimento Basta somente esperar o que Deus irá fazer Quando Ele estende suas mãos é a hora de vencer

Então louve, simplesmente louve Tá chorando louve, precisando louve Tá sofrendo louve, não importa louve Teu louvor invade o céu...

Deus vai à frente abrindo caminho Quebrando as correntes, tirando os espinhos Ordena aos anjos pra contigo lutar Ele abre as portas pra ninguém mais fechar Ele trabalha pra o que Nele confia Caminha contigo de noite ou de dia Erga suas mãos sua benção chegou Comece a cantar com muito louvor Com muito louvor, com muito louvor Com muito louvor

A gente precisa entender, o que Deus está falando Quando Ele fica em silêncio, é porque está trabalhando Basta somente esperar o que Deus irá fazer Quando Ele estende suas mãos é a hora de vencer

Fábio Vieira





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